Ele nos vê
Em meio à multidão, um homem de baixa estatura, mas de grande curiosidade e coração pesado pela culpa, sobe numa árvore. Zaqueu, o publicano, quer ver Jesus — mas é impedido pela multidão e pelo peso do seu passado. E é justamente nesse cenário que acontece o milagre simples e decisivo do Evangelho. Jesus, ao passar, detém-se, levanta os olhos e diz: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém ficar em tua casa.” Antes mesmo que Zaqueu pudesse ver Jesus, Jesus já o via.
Ele não passa apressado. Ele para, olha e nos chama pelo nome. Com Jesus, não somos um rosto perdido na multidão; somos pessoas amadas, conhecidas e reconhecidas na nossa singularidade.
O chamado para descer é, na verdade, um convite à salvação. Descer é deixar o orgulho, o medo e a culpa; é desprender-se da confiança que tentamos sustentar e admitir que precisamos de ajuda. É trocar uma curiosidade distante por um encontro verdadeiro, a distância por uma mesa posta. Zaqueu respondeu prontamente — desceu depressa e acolheu Jesus com alegria.
A presença de Jesus é sempre transformadora. Ele não oferece apenas uma palavra bonita no meio da rua; Ele entra em nossa casa, participa da nossa vida. E onde Ele entra, as prioridades mudam. Zaqueu descobre uma nova forma de viver: a generosidade substitui a ganância, e a justiça repara as feridas do passado. É então que Jesus declara a frase que todo coração anseia ouvir: “Hoje houve salvação nesta casa.”
Essa é a nossa certeza e a nossa esperança: Ele nos vê!
Pr. Rubens da C. Monteiro
